terça-feira, 18 de outubro de 2011

Uma Máquina Chamada Homem

(Tereza Cristina Saraiva)


"Quando escrevi Uma Máquina Chamada Homem, estava pensando em todos os relacionamentos que um dia se parte. E como temos facilidade em deletar todos os acontecimentos."


Muitas vezes excluímos arquivos, e depois descobrimos como eram importantes para a nossa vida. 
Tentamos de toda forma recuperar 
Mas esquecemos de salvar em disquetes, Cds etc. 
Excluímos por falta de carinho, paciência e até um pouco de falta de respeito. 
Excluímos e acabou 
Um belo dia você descobre que aquele arquivo era muito importante para a sua máquina. 
E que sem ele nada funcionaria direito daí para frente. 
Entramos em desespero, chamamos técnicos, queremos saber se tem alguma forma de recuperar. 
Você jogou a lixeira fora 
Não tem mais volta 
Tudo se perdeu 
E você se sente perdido 
O que eu fiz? 
Na sua vaga memória você lembra apenas do título 
Para um amigo... 
O que teria nesse arquivo hoje de tão importante que você não deu importância? 
Você descobre que algum tempo depois por uma atitude insana você excluiu não um arquivo e sim uma amizade. 
É assim que a máquina humana funciona 
Quando não damos importância a uma amizade e a excluímos, esquecemos que a lei do retorno é cruel e implacável. 
E tudo que foi dito, todas as coisas que fizeram juntos um dia se perderá na memória. 
Ou pior, essas lembranças terão um peso enorme que o tempo jamais apagará. 
Todas os bons momentos virão em forma de espinhos e nunca em forma de rosa. 
E seria tarde recuperar esse arquivo de alguma forma? 
Talvez o conteúdo não 
Mas o amigo quem sabe? 
Temos essa mania de excluir pessoas que um dia tiveram muita importância por uma pequena falha. 
Só que nunca saberemos quem falhou 
Uma coisa é certa 
Nunca exclua de vez nenhum arquivo que não possa ser recuperado. 
Ele poderá fazer muita falta. 
E aí será tarde demais. 

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